quarta-feira, novembro 04, 2009

Dallas Willard


Teólogo e professor da Escola de Filosofia da Universidade do Sul da Califórnia, também foi professor na Universideade de Wisconsin. É graduado em Psicologia pela Faculdade William Jewell e em Filosofia e Religião pela Universidade Baylor, onde fez o doutorado. Suas obras filosóficas são concentradas nas áreas da Epistemologia e da Filosofia da Mente e da Lógica. Trabalhou também na Fundação C.S. Lewis e na Universidade de Biola.

Muito prestigiado nos Estados Unidos, Willard tornou-se mais conhecido dos brasileiros depois da publicação de A conspiração divina (Mundo Cristão), obra que se tornou uma referência na reflexão sobre os diversos aspectos da espiritualidade cristã. Já de longo tempo, tem sido uma voz eloqüente na defesa da relevância de Deus na vida moderna. Por outro lado, revela-se um crítico ferrenho do comodismo e do conformismo da Igreja de nossos dias.

A renovação do coração é uma de suas obras mais festejadas, tendo recebido o Book Award da revista Christianity Today em 2003 na categoria "Espiritualidade". Conspiração divina já havia sido contemplado com o prêmio "Livro do Ano" da mesma publicação. Nascido no Missouri, em 1935, Dallas Willard vive hoje no sul da Califória com a esposa Jane. O casal tem dois filhos e uma neta.

Willard enfrenta a questão central da fé cristã: como ser mais parecido com Cristo? (...) Muitos evangélicos apreciarão sua abordagem leve do crescimento espiritual cristão, não orientada por sentimentos de culpa. O livro é fortemente embasado na Bíblia. Publishers Weekly

Fonte:http://www.mundocristao.com.br/autordet.asp?cod_autor=7

terça-feira, novembro 03, 2009

Agostinho (354-430)


Introdução
by Vania DaSilva

Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.

Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe crente, Mônica. Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã.

Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram feitos na escola local, onde aprendeu latim à força de muitos açoites. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica.

Longe da família, Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390.

Na busca pela verdade, ele aceitou o ensino herético maniqueísta, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal -- o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem -- o Deus do Novo Testamento. Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão, e depois para a casa imperial. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II.

Irineu


by Vania DaSilva

Introdução


Bispo de Lyon e Polemista Anti-Gnóstico - Diferentemente dos Apologistas do segundo século que procuraram fazer uma explanação e uma justificação racional do Cristianismo para as autoridades, os Polemistas empenharam-se por responder ao desafio dos falsos ensinos dos heréticos, condenando veemente esses ensinos e seus mestres. Apesar da maioria dos Apologistas viverem no Oriente, os grandes Polemistas vieram do Ocidente, sendo Irineu um dos primeiros.



Enquanto os do Oriente usavam uma teologia especulativa dando mais atenção aos problemas metafísicos, os do Ocidente preocupavam-se mais com os desvios administrativos da Igreja, empenhando-se em formular uma resposta para os problemas desta esfera.


Os apologistas convertidos do paganismo, preocupavam-se com a ameaça à segurança da Igreja, especialmente com a perseguição. Os polemistas que tinham uma formação cultural cristã, preocupavam-se com a heresia e suas ameaças no seio da Igreja.


Seu Crescimento e Influência


Nascido em Esmirna, na Ásia Menor (Turquia), no ano 130, em uma família cristã, Irineu era grego e foi influenciado pela pregação de Policarpo, bispo de Esmirna. Anos depois, Irineu mudou-se para Gália (atual sul da França), para a cidade de Lyon, onde foi um presbítero em substituição do bispo que havia sido martirizado em 177.


Irineu também recebeu influência de Justino. Ele foi uma ponte entre a teologia grega e a latina, a qual iniciou com um de seus conteporâneos, Tertuliano. Enquanto Justino era primariamente um apologista, Irineu contribuiu na refutação contra heresias e exposição do Cristianismo Apostólico. Sua obra maior se desenvolveu no campo da literatura polêmica contra o gnosticismo.


Os Ensinos Heréticos do Gnosticismo


O gnosticismo, a maior das ameaças filosóficas, chegou ao máximo de sua influência ao redor do ano 150. Suas raízes estão fincadas nos tempos do Novo Testamento. Paulo parece ter enfrentado uma forma incipiente de gnosticismo em sua carta aos Colossenses. A tradição cristã associou a origem do gnosticismo com Simão, o mago, a quem Pedro teve que repreender duramente (At 8.9-24).


Irineu tornou-se o mais expoente escritor e defensor das Escrituras contra as Heresias Gnósticas na sua era. A palavra gnosticismo é um termo moderno que cobre uma variedade de seitas do segundo século que propagavam alguns erros em comum. O Gnosticismo era radicalmente diferente e contrário ao Cristianismo Ortodóxo. Cada grupo tinha seus próprios escritos. Alguns desses ensinamentos falsos eram:


  • Crença em um Deus supremo o qual era totalmente remoto deste mundo.
  • Crença que o Deus supremo não tinha parte na criação, mas que este trabalho imperfeito foi realizado por uma deidade inferior à ele, identificando como o Deus do Velho Testamento.
  • Crença que a matéria era má, por isso o Deus supremo sendo espiritual e bom, não poderia criá-la.
  • Crença que entre o reino das trevas e o Deus supremo, existe uma hierarquia de seres divinos.Crença que o nosso corpo, sendo físico, é parte deste mundo, ele é mal; nossa alma é uma faísca divina que está presa ao corpo, ela é divina.
  • Crença que a salvação é o escape da alma deste corpo para o reino celestial.
  • Crença que para alcançar o Deus supremo é necessário que a alma ultrapasse o reino acima de nós, o qual é controlado pelas estrelas e pelos planetas.
  • Crença que a salvação vinha pelo conhecimento; gnosis (conhecimento).


A Grande Defesa do Teólogo Irineu


Em sua primeira obra, Adversus Haereses (Contra Heresias) escrita entre os anos 182 e 188, em Lyon, ele descreve a teologia da fé cristã em refutação aos ensinos heréticos gnósticos de Valentino e Marcion através das Escrituras. De muitos argumentos feitos por Irineu, três importantes podem ser ressaltadas:


A diferença do sistema gnóstico. Ele descreve a natureza burlesca de muitas de suas crenças.


Os ensinamentos que os gnósticos diziam ter recebido secretamente dos apóstolos, Irineu os desafiava argumentando que se os apóstolos tivessem um ensinamento especial a declarar, eles o teriam confiado às suas próprias igrejas, as quais fundaram. Ele mostrava como as igrejas estabelecidas pelos apóstolos, e seus dirigentes, os quais eram apontados pelos mesmos e seus sucessores, cresciam em todo o império, e permaneciam até a data, ensinando a mesma doutrina.


Defesa do Novo Testamento como canônico, em vista que o gnosticismo não cria nele, e possuía outras escrituras. No tempo de Irineu, o Novo Testamento era aceito cerca de como temos agora: os Evangelhos, Atos, Cartas de Paulo e outras epístolas. A carta aos Hebreus, Apocalipse e algumas epístolas compuseram o Novo Testamento alguns anos na frente.


A sua obra é composta de cinco volumes é são assim caracterizadas:


Livro I: Esboço histórico da seita gnóstica, apresentada em conjunto com uma declaração da fé cristã. Este volume é a melhor fonte de informação sobre os ensinos dos gnósticos. Era uma polêmica filosófica contra Valentino, o líder da corrente romana do gnosticismo.


Livro II: Crítica filosófica sobre o Gnosticismo. Nele, Irineu insiste na unidade de Deus em oposição a idéia herética da existência de um demiurgo distinto de Deus.


Livro III: Crítica bíblica sobre o Gnosticismo. Ele mostra como o Gnosticismo é rejeitado pela Bíblia e pela tradição mais significativa. Neste livro, Irineu dá ênfase à unidade da Igreja através da sucessão apostólica de líderes desde Cristo e de uma regra de fé.


Livro IV: Respostas ao Gnosticismo através das palavras de Cristo. Neste, Marcion, outro líder gnóstico, é condenado pela citação das palavras de Cristo que se opõem às suas propostas.


Livro V: Vindicação da ressurreição contra os argumentos gnósticos, os quais, segundo as idéias deles, reunia o corpo material mau com o espírito.


A Contribuição de Irineu à Igreja


Foi necessário a habilidade intelectual, a força espiritual deste polemista e o desenvolvimento de uma regra de fé e um cânon da Bíblia pela Igreja para superar a ameaça desse movimento ao Cristianismo. Irineu através da sua defesa do Evangelho, foi o primeiro a declarar os quatro Evangelhos como canônicos, ensinar acerca do reino milenial de Cristo na terra, defender o episcopado (pastorado) e as tradições teológicas da verdadeira Igreja Ortodóxa. Ele também é chamado de “Pai dos Dógmas da Igreja”, por formular os princípios da teologia cristã e exposição do credo da Igreja.


Não só Irineu, mas Polemistas como Tertuliano e Hipólito engajaram-se na controvérsia literária para refutar idéias gnósticas. Estes ensinos heréticos reapareceram, parcialmente, em doutrinas dos Paulicianos do século VII, dos Bogomilos dos séculos XI e XII, e dos Albingenses posteriores, no sul da França.


Irineu em comparação com outros pais da igreja grega que lhe prescederam, era mais bíblico que filosófico. Ele foi o primeiro a escrever em sentido teológico para a Igreja. Segundo a história, ele foi martirizado em Lyon por volta do ano 200

Fonte: http://www.sepoangol.org/irineu.htm

sábado, maio 23, 2009

Charles Wesley (1707-1788)


A Palavra registrada nas partituras

Charles Wesley, que compôs mais de seis mil hinos, não só acompanhou seu irmão John Wesley nas cruzadas, como também é considerado o maior compositor do reavivamento Wesleyano

É certo que o talento não é hereditário, mas é fato que sempre existiram vários casos de irmãos que se tornaram famosos graças aos dons incomuns nas áreas mais variadas. Eles brilham na mesma época e até em profissões semelhantes. Na História da Igreja, uma dupla de irmãos, John e Charles Wesley, não fez por menos. Escolhidos por Deus para a missão de pregar Sua Palavra como evangelistas, eles fundaram o metodismo no século 18. Aquela semente deu frutos – atualmente (2002) os metodistas formam uma comunidade de, aproximadamente, 80 milhões de pessoas em todo o mundo, embora a maior parcela concentre-se nos Estados Unidos.

John Wesley tornou-se o mais famoso dos pregadores por falar e escrever com rara eloqüência. No entanto, Charles Wesley (1707-1788), seu irmão mais novo, não apenas deu suporte àquele ministério, apoiando e criticando John quando necessário, como também fez das partituras seu principal púlpito. Charles Wesley é considerado o grande compositor do reavivamento wesleyano: compôs mais de seis mil hinos, que eram cantados em cruzadas evangelísticas. Muitos deles causaram estranheza por terem influência dos ritmos populares, comuns nas tavernas e casas de ópera da Inglaterra.

Não foi à toa que, certa vez, alguém escreveu que, se George Whitefield ficou conhecido como o orador do metodismo, e John Wesley seu organizador, podia-se afirmar que Charles Wesley foi seu poeta.

John Wesley - (1703-1791)


A vida de um homem que com sua paixão por Deus mexeu com a vida espiritual dos ingleses e com a estrutura social de seu país.

John Wesley nasceu em 1703, durante o reinado da boa rainha Anne. Sua infância foi dirigida por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa e seu pai, um homem difícil de agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser subjugados, que eles deveriam ser açoitados quando não se comportassem e que deviam chorar baixinho depois de açoitados. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido num incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho que subiu nos ombros de outro vizinho. Ele tinha sete anos então, e depois disso, sua mãe o lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Ela sentia – e mais tarde ele veio a sentir – que ele tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus.

Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou numa obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha e ele forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com sofrimento físico.

John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, Oxford, em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College, Oxford. Depois de aceitar uma posição de pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também começar a viver a vida santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Sua mente nunca encerrou a busca pelo resto de sua vida. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Aqui, eles buscavam reforçar a fé através do estudo das Escrituras e medindo a qualidade da santidade da vida de cada membro.

domingo, maio 17, 2009

Hudson Taylor


James Hudson Taylor, nasceu em 1832, na cidade de Barnsley, em Yorkshire, na Inglaterra. Era de família metodista, e recebeu muita influência espiritual dos seus pais e avós, bem como dos seus irmãos William e Amelia. Seu pai, um farmacêutico, preocupou-se sempre com a condição espiritual da China, e sempre que tinha oportunidade, realizava reuniões especiais para discutir como poderia ajudar aquele tão grande país.

Quando Hudson tinha apenas cinco anos, ele disse a seu pai: “Quando eu crescer serei um missionário na China”. Apesar desta afirmação, os anos de adolescência de Hudson foram conturbados, e as influências de amigos não o ajudaram. Porém, a sua mãe e irmã não cessavam de interceder por ele.
Conversão e Chamada

Em Junho de 1849, aos dezassete anos, ao ler um folheto escrito pelo seu pai sobre a obra de Cristo, Hudson compreendeu o plano da salvação, e como resultado, entregou a sua vida a Jesus. Neste mesmo ano, sentiu a chamada do Senhor para trabalhar como missionário na China. Ao dizer sim à chamada, começou a preparar-se em todos os aspectos da sua vida, a fim de atingir o objectivo de evangelizar a China. Desde logo começou a aprender o Mandarim através de uma cópia do Evangelho de Lucas. Hudson também soube da grande necessidade de médicos na China, e assim começou a estudar medicina, a fim de estar preparado para o campo em que iria trabalhar. Na sua preparação começou a dormir sobre uma esteira, abrindo mão de qualquer luxo, vivendo com o mínimo de alimento necessário e dependendo exclusivamente do Senhor para seu sustento. Assim, aos dezenove anos, Taylor aprendeu que poderia confiar em Deus e obedecer-Lhe em qualquer área de sua vida - aprendeu que se pode levar a sério Deus e Sua Palavra.

O seu treinamento médico começou na cidade de Hull e continuou em Londres. Além disso, estudou Teologia, Latim e Grego. Por saber que deveria depender totalmente de Deus para o seu sustento diário na China, Hudson muitas vezes colocava-se em situações para provar a sua própria fidelidade e confiança em Deus. Enquanto estava em Hull, vivia basicamente alimentando-se de aveia e arroz, e grande parte do seu salário ofertava para a obra do Senhor. Um certo dia, quando evangelizava os pobres, um certo homem pediu-lhe que fosse orar por sua esposa que estava à morte, em casa. Ao chegar ali, viu uma casa cheia de crianças que passavam fome, e a mãe que estava muito enferma. Compadecido daquela situação, depois de orar, tirou do seu bolso a única moeda que tinha, o sustento da semana, e ofereceu ao casal. Milagrosamente, naquele mesmo dia, alguém o procurou e trouxe um envelope cheio de dinheiro. Esta experiência ensinou a Hudson Taylor que Deus era o seu provedor.

Partida Para China

No dia 19 de Setembro de 1853, com 21 anos, e associado à Sociedade de Evangelização Chinesa, Hudson Taylor partiu para a China a bordo do navio de carga chamado Dumfries. Após seis longos meses de viagem com intempéries e perigos de morte, ele chega finalmente a Xangai. Ao juntar-se a outros missionários ingleses, residentes naquela mesma cidade, Hudson notou a grande deficiência da evangelização no interior do país. Nesta época, a China estava a passar por momentos tumultuosos, e Xangai havia sido tomada por rebeldes. Por isso, todos os missionários estavam nas cidades da costa, e envolvidos mais com o comércio e a política externa, do que verdadeiramente com a evangelização da nação.

Ponderando tudo isso no seu coração, Hudson decidiu que haveria de trabalhar no interior da China, onde o evangelho não tinha sido levado. Assim, ele começou o seu trabalho distribuindo literatura e porções bíblicas nas vilas ao redor de Xangai, sendo uma delas Sungkiang. Ao estar no meio do povo, ele notou como as pessoas o olhavam de modo diferente por causa da sua roupa ocidental. Sendo assim, ele decidiu adoptar os costumes da terra, vestindo-se como um chinês, deixando o seu cabelo crescer e fazendo uma trança, como os outros chineses. Este acto conquistou o respeito de muitos chineses, porém, para os missionários ocidentais, uma falta de senso.

Em 1856, Hudson começou a trabalhar na cidade proeminente de Ningpo. Ali, casou-se em Janeiro de 1858 com a senhorita Maria J. Dyer, filha de missionários, porém órfã, que trabalhava numa escola para meninas. Um ano depois, Hudson assumiu a direcção da Missão Hospitalar de Londres em Ningpo. Deus não só o prosperou, como muitos dos doentes aceitaram Jesus e se recuperaram das suas enfermidades. Ele começou a orar por mais missionários para o país.

Regresso à Inglaterra


Depois de estar sete anos na China, Hudson regressou à Inglaterra por motivos de saúde. Ao partir em 1860 para a Inglaterra, não imaginava que estaria seis anos longe do campo. Apesar da distância, o seu coração estava ligado à China. De frente a um mapa da nação, todos os dias ele orava, pedindo que Deus enviasse pessoas dispostas a ganhar as almas chinesas. Juntamente com o Sr. F. Gough, Hudson fez a revisão do Novo Testamento para o chinês e escreveu vários artigos sobre as missões na China.
Os Anos de Provação

Ao recrutar alguns missionários, Taylor viu a necessidade de ter uma missão que suportasse e direccionasse esses novos missionários no interior da China. Para este fim, é que a “Missão para o Interior da China” foi fundada. Durante o tempo que esteve na Inglaterra, enviou cinco obreiros para a China, e em 1864, Hudson pediu a Deus 24 missionários, dois para cada província já evangelizada no interior e dois para a Mongólia. Deus cumpriu o seu desejo, e em 26 de Maio de 1866, Hudson e Maria, os seus quatro filhos e os 24 missionários embarcaram no navio Lammermuir em direcção à China.

Estabelecidos em Ningpo e em Hangchow, o trabalho missionário começou a expandir-se para o sul da província de Chekiang. Dez anos depois, o norte de Kiangsu, o oeste de Anhwei e o sudeste de Kiangsi tinham sido alcançados.

Diz-se que quando ele entrevistava alguém que se queria juntar à missão, tomava chá com a pessoa. A dada altura da entrevista, ele embatia na chávena, entornando o chá na mesa. Depois disso perguntava aos candidatos: “O que é que saiu da chávena?” Espantados, estes respondiam o óbvio: “Chá!” Taylor dizia então: “Aquilo que se aplica a esta chávena, aplica-se à sua vida. O que está dentro de si será derramado sempre que sofrer um embate.”

Durante um período de três anos, Hudson sofreu a perda da sua filha mais velha, Gracie, do seu filho Samuel, seu filho recém-nascido, e em Julho de 1870, a sua esposa também morre de cólera. Mesmo passando por este vale, Hudson Taylor não desistiu da sua chamada para a grande China.

Novos Horizontes

Em 1871, quando voltava para visitar o restante dos seus filhos que haviam sido enviados para a Inglaterra, Taylor teve a oportunidade de viajar com uma grande amiga e missionária na China, Jennie Faulding, com a qual se casou em 1872 na Inglaterra. Entre 1876 e 1878 muitos outros missionários vieram dar o seu apoio ao campo, vindos de todas as partes do mundo. Hudson esteve por alguns meses acometido de uma enfermidade na coluna, a qual o paralisou, porém, mesmo na cama, ele conseguiu enviar dezoito novos missionários para a China. Milagrosamente, depois de muitas orações, Deus curou-o e ele voltou a caminhar com plena saúde.

Em 1882, Hudson orou ao Senhor por 70 missionários, e Deus proveu fielmente os missionários e o suporte para cada um deles. Em 1886, Hudson toma outro passo de fé, e pede ao Senhor 100 missionários. Milagrosamente, 600 candidatos inscreveram-se vindos da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, prontificando-se para o trabalho. Em Novembro de 1887, Hudson anuncia alegremente a partida dos cem missionários para a China.

Hudson Taylor em 1885 O trabalho da Missão espalhou-se por todo o interior do país, segundo o desejo de Hudson Taylor, e no final do século, metade de todos os missionários do país estavam ligados à Missão.

Em Outubro de 1888, depois de haver visitado os Estados Unidos e Canadá, Hudson parte mais uma vez em direcção à China, acompanhado da sua esposa e mais 14 missionários. Durante os quinze anos seguintes, Hudson despendeu o seu tempo visitando a América, Europa e Oceania, recrutando missionários para China. O desafio agora não era apenas de cem, mas de mil missionários.

A Sua Última Viagem

Em Abril de 1905, com 73 anos, Hudson Taylor faz a sua última viagem à China. A sua esposa Jennie havia falecido, e ele tinha passado o Inverno na Suécia. O seu filho Howard, que era médico, juntamente com a sua esposa, decidiram acompanhar Hudson nesta viagem. Ao chegar a Xangai, ele visita o cemitério de Yangchow, onde a sua esposa Maria e quatro de seus filhos foram sepultados, durante o seu trabalho naquele grande país. Após haver percorrido todos as missões estabelecidas por ele, Hudson Taylor, estabelecido agora na cidade de Changsa, deitou-se numa tarde de 1905 para descansar, e deste sono acordou nas mansões celestiais.

A voz que cinquenta e dois anos atrás havia dito a Hudson Taylor: “Vai à China”, agora dizia: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco fostes fiel, sobre muito te colocarei; ENTRA NO GOZO DO TEU SENHOR!”

A historiadora Ruth Tucker resume assim a sua vida:

"Nenhum outro missionário nos dezanove séculos desde o Apóstolo Paulo teve uma visão tão ampla e levou a cabo um plano tão sistematizado de evangelização numa área geográfica tão vasta como Hudson Taylor”.

Eugene Peterson



Eugene Peterson
Nascido em 1932, no estado de Washington (EUA), ainda jovem mudou-se com a família para Montana, onde foi criado. Casou-se com Janice Stubbs, com quem teve três filhos: Karen, Eric e Leif. Graduou-se pelo Seminário Teológico de Nova York e pela Universidade John Hopkins. Em 1962, fundou a Igreja Presbiteriana Cristo Nosso Rei, em Maryland.Foi um período crítico em sua vocação, pois, até então, assumir uma igreja estava fora de seus planos - acreditava que seu chamado era para o trabalho acadêmico. No entanto, a experiência como pastor de ovelhas não apenas proporcionou a Peterson 29 anos gratificantes de ministério, como também experiência e reconhecimento.A partir de 1991, ingressou no Seminário de Pittsburgh como autor residente. Foi quando passou a dedicar mais tempo ao ensino e à literatura, tendo produzido mais de trinta títulos. Em janeiro de 1993, tornou-se docente em Teologia Espiritual no prestigiadíssimo Regent College, no Canadá, onde atualmente é professor emérito. Além de escritor e poeta, Peterson produziu uma tradução da Bíblia, publicada sob o título The message.Embora tenha grande prestígio entre pastores e teólogos, seu público é muito maior, uma vez que abrange os cristãos interessados numa teologia sólida e bem fundamentada. Por suas reflexões equilibradas sobre a missão e a vocação do ministro cristão - o compromisso com a ortodoxia bíblica, o estímulo a uma exegese contextualizada e o cultivo de uma eclesiologia viva e dinâmica -, é chamado por muitos de "pastor de pastores".